A incorporação de Furnas pela Eletrobras representa a prioridade do ganho de eficiência financeira em detrimento da segurança de abastecimento e da operação com foco regional, avaliou Clarice Ferraz, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e diretora do Instituto Ilumina, em entrevista ao jornal Valor, em 12/1/24.
Ferraz disse que existe uma lógica de regionalização das operações que é importante ser observada, dadas as características diferentes do setor elétrico num Brasil de dimensões continentais e que a incorporação abre espaço para a perda da “inteligência regional” e de memória técnica, ao se abrir mão de estruturas, recursos e acervos detidos por Furnas, com ações de redução de custos, por trás das chamadas sinergias.
A professora também avaliou na reportagem que a assembleia geral extraordinária (AGE) que aprovou a incorporação, no último dia 11 de janeiro, está sob insegurança jurídica, porque a AGE, inicialmente seria realizada em 29 de dezembro, mas foi suspensa por duas liminares impetradas por sindicatos de trabalhadores.
“A Eletrobras foi notificada das liminares por volta das 13h. Ao abrir a AGE e suspender a sessão, às 14h, horário previsto para a assembleia, a companhia teria ignorado a notificação, o que na visão dela, o que abre espaço para contestações”, afirmou Ferraz.
A incorporação saiu após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, cassar as duas liminares em decisão monocrática, na quinta-feira (11). Na sequência, a incorporação foi aprovada em assembleia que foi retomada na quinta-feira (11), numa sessão que durou menos de 15 minutos. (com informações do Valor)