Os serviços de distribuição de energia elétrica ofertados pela Copel (Paraná) pioraram após a privatização. Os dados mostram que de setembro a dezembro de 2022 (empresa ainda era pública) eram melhores quando comparados com o período depois da privatização.

Os dados estão disponíveis no site da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel): https://www2.aneel.gov.br/aplicacoes_liferay/Tempos_medios_de_atendimento/pesquisa.cfm?regiao=SU

O Número de Ocorrências Emergenciais com Interrupção de Energia Elétrica, por exemplo, aumentou substancialmente. O pior resultado é o “Tempo Médio de Preparação”.

Esses resultados ainda não computam o PDV da empresa, que deve dispensar 1.438 dos 5830 funcionários em agosto deste ano. Isso representa 24,6% do efetivo.

A piora do serviço já havia sido alertada pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senges-PR) em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) antes da venda, em abril de 2023.

Segundo o sindicato, a empresa privada foca a prestação de serviços em índices que possam ser computados no reajuste da tarifa solicitado à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Piora do atendimento aos consumidores

A previsão agora pode ser medida em números no site da ANEEL. É possível medir as quedas de energia e interrupção de energia, o tempo médio de atendimento, a quantidade de emergências, entre outros fatores.

“Os dados apresentados nesses relatórios são obtidos das bases de dados da ANEEL, sendo atualizados diariamente. Eventual ausência de informação indica inadimplência do concessionário/permissionário”, disse a Aneel.

O exemplo de piora foi o “Número de Ocorrências Emergenciais com Interrupção de Energia Elétrica”. Ele saltou 23,6% em um ano. Em setembro de 2022, foram registradas 27.355 ocorrências (sigla NIE). No ano seguinte, saltou para 31 mil.

Em dezembro de 2022, os números da Copel registrados na ANEEL apontam 30,3 mil NIE. Um ano depois, 35,7 mil. No último quadrimestre de 2022, a média de interrupções de energia ficou em 30,9 mil ocorrências. Após privatizada, em 2023, a média do quadrimestre final ficou em 38,2 mil. Nestes períodos não aconteceram intempéries que justifiquem o aumento das interrupções.

O pior resultado tem o “Tempo Médio de Preparação” (TPM) após a venda da Copel. O TMP é o período que computa desde quando os profissionais chegam a um local para atender a ocorrência até iniciar o serviço.

Em setembro de 2022 a média era de 137,22 minutos. Duas horas e dezessete minutos. No próximo setembro, em 2023, saltou para 230,04 minutos. Três horas e 50 minutos. Em dezembro de 2022, o TMP foi de 175 minutos. Já em dezembro de 2023 saltou para 306 minutos. Ou seja, mais de cinco horas. Na média quadrimestral, a Copel privatizada superou negativamente a Copel pública em 44,9%.

Se somar os tempos de deslocamento e da própria execução dos serviços, chega-se a 355 minutos. Praticamente seis horas sem energia, em média, para cada ocorrência. Aumento bastante relevante, comparado aos 248 minutos de 2022.

Acompanhe os dados sobre os serviços da Copel no site da Aneel:
https://www2.aneel.gov.br/aplicacoes_liferay/Tempos_medios_de_atendimento/pesquisa.cfm?regiao=SU

Fonte: Jornalismo Político Mareli Martins – com informações da Aneel e do site Brasil de Fato