Artigo de Pedro Damásio*
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Os trabalhadores e trabalhadoras urbanitários(as) de todo o Brasil deram mais um exemplo de unidade e organização na busca da melhoria das condições de trabalho da categoria e na luta em defesa dos serviços públicos, contra todas as formas de privatização.

Durante três dias (6 a 8 de fevereiro/2024), 100 dirigentes sindicais, de 16 estados, dos setores de saneamento, energia, gás e meio ambiente se reuniram durante 2º Encontro Setorial das Federações Urbanitárias, ocorrido em São Paulo, para debater a conjuntura do País e os desafios a serem enfrentados pelos nossos setores.

Centrais sindicais, como a CUT, CTB, Força Sindical, Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Federação Nacional dos Trabalhadores em Energia, Água e Meio Ambiente (FENATEMA), Federação Urbanitária de Minas Gerais, Federação Urbanitária do Sul e Federação do Centro-Oeste e Tocantins (Furcen), deixaram eventuais divergências de lado para construir um plano de lutas que expressou o anseio dos(as) urbanitários(as) que hoje vivem sob o comando de um governo que busca dar centralidade a agenda de combate as desigualdades e fortalecimento do papel do Estado.

Reconhecemos que o Presidente Lula encontra sérias resistências na implementação do seu plano de governo e vive em permanente disputa com um Congresso Nacional fisiológico e cuja correlação de forças desfavorece as pautas progressistas para que consiga colocar os interesses da classe trabalhadora no centro do debate.

Mas nem por isso podemos abdicar de seguir na trajetória de enfrentamentos que marcam nossa história. Vamos continuar na luta para garantir que o Governo Federal não renuncie aos 43% das ações na Eletrobras. Vamos exigir a realização de Audiências Públicas nos estados em que haverá vencimento das concessões. No saneamento, seguiremos na luta para que o BNDES deixe de financiar projetos de privatização utilizando o critério de maior outorga e priorize projetos cujo critério seja o de menor tarifa e menor tempo para universalização do acesso aos serviços. Também vamos exigir que o banco inclua nas suas modelagens alternativas de fortalecimento, recuperação, revitalização e preservação dos prestadores públicos de saneamento e não só a privatização como vem acontecendo. Vamos continuar combatendo para frear o processo de privatização do saneamento que se intensificou no governo passado e que ainda continua.

As eleições municipais deste ano ocupam papel central no cenário político brasileiro e podem apontar para um cenário provável em 2026 quando teremos novas eleições para presidente, deputados(as) e senadores(as). Nesse sentido, eleger prefeitos(as) e vereadores(as) comprometidos(as) com a luta do povo é estratégico para avançarmos na luta em defesa dos serviços públicos, contra as privatizações e por melhores condições de vida.

Foi nessa perspectiva que o 2º Encontro Setorial das Federações Urbanitárias aprovou uma carta aberta ao Presidente Lula[1], onde explicita sua agenda de lutas e expectativas nas áreas em que atuamos. Esperamos que, em breve, possamos, em audiência com o Presidente, entregar essa carta. Também aprovamos uma Plataforma de compromissos para as Eleições Municipais de 2024 e o Saneamento Básico[2], a qual esperamos que sirva de estímulo para os(as) companheiros(as) de todo o Brasil. Aprovamos ainda os planos de lutas do setor elétrico e de saneamento que servirão de base para os próximos passos da nossa luta.

Seguimos em frente e reafirmamos:
Água e Energia não são Mercadorias!
Não à Privatização!

*Pedro Damásio – Presidente da Federação Nacional dos Urbantários

[1] Link para fazer adesão à carta
[2] Link para adesão à plataforma