Depois de 4 meses de negociação, 3 reprovações de propostas e mediação no TRT, os trabalhadores da Energisa-MS aprovaram, em assembleia na noite da quinta-feira, dia 15 de fevereiro, a proposta para o Acordo Coletivo de Trabalho 2023/2024.
Com a participação de cerca de 600 trabalhadores, a votação aconteceu pelo aplicativo Zoom e teve 57% de aprovação, 43% de reprovação e 1% de abstenção.
A proposta aprovada prevê reajuste salarial de 4,14%, o que corresponde a 100% do INPC (inflação), nos salários, auxílios e demais cláusulas econômicas. O pagamento será retroativo a 1º de novembro, data-base da categoria, e será feito junto com a folha salarial do mês de março. Além disso, as demais cláusulas do acordo serão mantidas.
Mas a principal conquista foi o retorno dos auxílios alimentação e refeição para os trabalhadores afastados por doença pelo INSS, que tinham sido cortados desde setembro de 2023. Pelo acordo, quem se afastar a partir de 1º de setembro de 2023 terá o direito de receber por 120 dias esses auxílios. Também haverá pagamento retroativo para quem não estava recebendo.
“Avançamos graças ao trabalho de negociação dos diretores e o apoio dos trabalhadores que rejeitaram as propostas anteriores. Uma das principais conquistas é a reintegração do vale alimentação e refeição para os afastados. Essas conquistas representam não apenas um avanço nas condições de trabalho dos profissionais, mas também uma demonstração do poder de mobilização e negociação do sindicato”, destacou o presidente do Sinergia-MS, Francisco Ferreira.
O presidente do sindicato avaliou que a aprovação da proposta com índice apertado demonstra o descontentamento dos trabalhadores com a Energisa-MS.
“Essa não é uma proposta ideal, queríamos mais para os trabalhadores, mas é uma proposta que deixa aberto o canal de negociação com a empresa. E a aprovação com esse índice tão apertado mostra para a Energisa-MS o descontentamento dos seus trabalhadores e que é preciso mudar de postura. É um resultado muito importante, porque demonstra o quanto a categoria está politizada e está amadurecendo para as lutas ”, disse o presidente do Sinergia-MS, Francisco Ferreira.
“Esse índice de reprovação de 43% expressa a insatisfação dos trabalhadores. Só conseguimos avançar nessa proposta porque resistimos durante todo esse tempo. Daqui em diante, somente com resistência vamos conseguir manter os nossos direitos e avançar. Se não tivermos de mãos dados, seremos engolidos”, ressaltou a diretora do sindicato, Aliceia Araújo.
A mesa de negociação é formada pelos dirigentes sindicais Francisco Ferreira, Gilson Pereira, Breno Mourão, Aliceia Araujo, Elvio Vargas, Valentim Delfino, Elinei da Silva Campos, Isaque Machado da Cruz, Antônio Carlos Rodrigues Camuci, Roberto Schneidewind Junior, Jefferson Roberto da S. C. Pinto e a economista do Dieese Andreia Ferreira.