Artigo: Lucas Tonaco*
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Para Claude Lévi-Strauss, antropólogo e teórico estruturalista, estabeleceu uma estreita relação entre os conceitos de “estrutura” e “pensamento selvagem”. Para Lévi-Strauss, a estrutura é uma ferramenta fundamental para compreender a diversidade cultural e os sistemas de pensamento presentes nas sociedades humanas.

Lévi-Strauss argumentou que a estrutura é um padrão subjacente que organiza e dá significado às práticas sociais, crenças e mitos de uma determinada cultura. Essa estrutura não é visível imediatamente, mas pode ser revelada através do estudo comparativo das diferentes manifestações culturais. Ele defendeu que os fenômenos culturais não devem ser analisados isoladamente, mas sim em relação às relações e oposições que existem entre eles, formando uma estrutura.

O pensamento selvagem, por sua vez, é um termo cunhado por Lévi-Strauss para se referir às formas de pensamento encontradas em sociedades não ocidentais, principalmente nas culturas indígenas. Para Lévi-Strauss, o pensamento selvagem é caracterizado por uma lógica estrutural que opera por meio de oposições binárias, classificações e relações simbólicas. Essa forma de pensamento é fundamentalmente diferente do pensamento ocidental, que é linear, analítico e baseado em categorias fixas.

A relação entre os conceitos de estrutura e pensamento selvagem reside no fato de que Lévi-Strauss via o pensamento selvagem como um exemplo prático e concreto de como a estrutura opera nas sociedades humanas. Ele argumentava que ao estudar o pensamento selvagem, é possível identificar os padrões subjacentes que governam a vida social, as categorias simbólicas e as formas de classificação presentes nessas culturas. Dessa forma, o pensamento selvagem fornece um insight valioso para a compreensão da estrutura cultural e do funcionamento dos sistemas simbólicos.

Referência:
Lévi-Strauss, C. (1962). La Pensée Sauvage [The Savage Mind]. Paris, France: Plon.

Lucas Tonaco – secretário de Comunicação da FNU, dirigente do Sindágua-MG, acadêmico em Antropologia Social e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)