Matéria publicada nesta semana pelo site “InfoMoney” faz elogios às ações da Copasa de transformar “dinheiro em mais dinheiro” para os bolsos dos investidores através de operações financeiras com absorção de capital especulativo e capacidade de aplicar reajustes tarifários para geração de caixa.
Os elogios são baseados em notas de classificação das agências Fitch e Moody’s, de avaliação de valor, tranquilizando investidores de que a Copasa continua sendo promissora para a maximização dos lucros e distribuição generosa de dividendos para os acionistas.
A avidez do mercado pelo retorno de investimentos arrancados de lucros muito mais de arranjos financeiros do que de tarifas justas pela qualidade de serviços essenciais de saneamento à população escancara a cegueira deliberada que move os interesses de acionistas que não esperam dividendos pelo cumprimento de responsabilidades sociais da Copasa. Pouco importa aos investidores atingirmos a universalização para que todos os cidadãos tenham acesso a serviços de água e esgoto em qualidade que garanta a saúde, e fecham os olhos na busca da rentabilidade financeira a qualquer custo e com o amparo de um governo que não governa para o povo, mas para o interesse privado.
A citada capacidade de geração de caixa na Copasa vai acontecendo no estrangulamento da empresa através da supressão de sua capacidade operacional, com um crescimento vertiginoso de 14,9% na contratação de serviços terceirizados no último exercício, implementando demissões coletivas irregulares com o álibi de avaliações grosseiras de desempenho dos trabalhadores e interpretação deliberadamente equivocada da legislação, sucateando sua estrutura física e profissional com o investimento no desemprego.
As agências de “rating” fecham os olhos ainda para a retórica falsa do governador, que o levou ao poder, com acusações a uma empresa onde o cabide de empregos políticos está sendo implementado por ele próprio, enxertando o quadro funcional da Copasa com contratações que agridem preceitos constitucionais do concurso público e do Plano de Cargos e Salários, que há muitos anos vinha barrando paraquedistas nas contratações.
A empresa se transforma num depositório de cargos para apaniguados do quadro político partidário do governador, como as contratações de Charles Evangelista, na assessoria de relações institucionais, do ex-chefe de gabinete de Bolsonaro, João Luiz Andrade, com histórico na Fiemg, além dos conselheiros recém-empossados Carlos Alexandre Jorge da Costa, um dos nomes de transição do governo Bolsonaro na economia, que foi secretário em ministério de Paulo Guedes, e Gustavo de Oliveira Barbosa, ex-secretário da Fazenda do Rio de Janeiro e também do governo de Minas Gerais, que impedem Romeu Zema de falar em “não interferência política” dentro de uma montagem que privilegia seu partido e companheiros de extrema direita.
Não são suficientes para as agências as remunerações escandalosas de diretores da Copasa, além de bônus anual milionário, para uma avaliação de sustentabilidade de empresa, desde que ela continue a distribuir mais valores de dividendos a acionistas que superam seu próprio lucro líquido. Empréstimos bilionários e lançamentos de debêntures não visam a universalização do saneamento para toda a população, sendo a meta abarrotar os cofres de todos que tomam a empresa de assalto.

Fonte: Ascom Sindágua-MG