Notável reviravolta em Jaguariúna-SP. População e servidores organizaram-se em comitê. Promoveram audiências públicas, ocuparam ruas e redes sociais e pressionaram os vereadores. Resultado: prefeito recuou em seu plano de desestatizar companhia de saneamento
Em 30 de agosto passado o prefeito Gustavo Reis (MDB) comunicou que havia desistido do projeto de privatização dos serviços de saneamento básico de Jaguariúna – SP, cidade de 61 mil habitantes localizada na Região Metropolitana de Campinas. O anúncio foi feito em reunião com funcionários do Departamento de Água e Esgoto da Prefeitura e com representantes do Comitê em Defesa da Água (CDA).
No último ano da sua segunda gestão, não podendo mais concorrer à reeleição, o prefeito resolveu privatizar os serviços de água, esgoto e resíduos sólidos da cidade, em um processo marcado por peculiaridades, no mínimo, estranhas.
Tal processo teve início com a contratação de uma consultoria de engenharia no começo deste ano para realizar um estudo de viabilidade visando à participação privada nos serviços de saneamento, que ficou pronto em apenas quatro meses. A contratada foi a Fundação Vanzolini, entidade privada formada por professores da USP, que ficou encarregada de estruturar o arcabouço de venda do patrimônio público, sob o pretexto de “prestação de serviços de apoio técnico/consultoria técnica para avaliação do atual modelo de gestão e estruturação de modelagens, visando à participação de agentes privados na gestão dos serviços de saneamento básico” (1).
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