Lucas Tonaco*
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Em meio a maior crise climática da história recente e dos maiores períodos críticos de secas dos últimos 40 anos, trabalhadores do saneamento têm uma importância crucial neste momento delicado, merecendo no mínimo o que lhes é devido: valorização da força do seu trabalho.
As queimadas adjunta de também uma crise no regime hídrico devido às alterações abruptas nos padrões de clima, a própria COPASA já declarou ser grave esse impacto, e em todas as regiões de Minas Gerais, um dos exemplos são Prata, Lavras, Esmeraldas e São Gonçalo do Sapucaí, a situação é tão grave que o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) já declarou situação crítica de escassez hídrica em porções das bacias do Rio das Velhas e do Rio da Prata, fundamentais no abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Além das portarias de portarias de escassez hídrica emitidas, o governo também reconhece que a situação afeta centenas de outorgas de maneira direta.
Ocorre que, conforme constatado, além do baixo nível das fontes de abastecimento, chegando a afetar distribuição regular, as dezenas de problemas se estabelecem: além da oferta de água ser afetadas, no calor pessoas, por óbvio, tendem a consumir mais água, tanto em seu uso direto, como também em equipamentos de refrigeração como ar condicionados e equipamentos que dissipação, tornando uma espécie de tempestade perfeita: crise na oferta e a aumento na demanda, fazendo ficar difícil a previsão inclusive geográfica desse consumo, que não é tão cartesiana quanto parece. Todos os trabalhadores da COPASA acabam trabalhando mais, e com mais estresse, operadores e técnicos nas rotinas diárias e na manutenção trabalham mais por lidam com situação de anormalidade nas redes de de distribuição, bombas, estações de tratamentos, atendentes também recebem mais reclamações devido às instabilidades na oferta, leituras caminham em um sol escaldante sob um ar de fumaça advindas das queimadas, todo o administrativo, portanto, têm sua carga de trabalho também aumentada, consequência das rotinas burocráticas lidarem com anormalidades de todos os outros setores que a empresa enfrenta.
Se água acaba sendo um recurso tão lembrado – ou o mais lembrado – nos tempos de crise climática devido a sua essencialidade na vida humana, os trabalhadores que lutam todos os dias para que uma sociedade não tenha sede ou passe por necessidade hídricas, merce ser no mínimo respeitada, afinal, os trabalhadores copasianos não medem esforços para que isso aconteça – trabalham sol a sol, em condições muitas vezes exaustiva, muitas vezes quase sem reconhecimento social, o neste caso, o que ocorre é o contrário, a sociedade, por vezes intolerante e não compreendendo a situação tende a difamar a empresa, e as camisas azuis na rua, mesmo com todo o esforço necessário, sendo a imagem da empresa mais próxima das pessoas, copasianos acabam sendo atingidos, principalmente psicologicamente.
Os itens requeridos pelos trabalhadores no acordo coletivos são itens que visam pelo menos valorizar de forma mínima esses trabalhadores, não há nada de absolutamente excessivo e não há nada para além do que é devido, a estes trabalhadores, que como o citado, estão exaustos em um momento fundamental em que água significa vida, e que tais trabalhadores dão a vida para que isso ocorra.
* Lucas Tonaco – secretário de Comunicação da FNU, dirigente do Sindágua-MG, acadêmico em Antropologia Social e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)