O Operador Nacional do Sistema (ONS) convocou para esta segunda-feira (26/3) uma reunião com as empresas diretamente responsáveis pela queda de energia elétrica que resultou em um apagão que atingiu 70 milhões de pessoas na quarta-feira (21/3). As regiões mais afetadas foram o Norte e o Nordeste.
Em nota oficial divulgada na quinta-feira (22/3), o ONS afirma que a “determinação das causas da perturbação exige a análise de uma grande quantidade de informações e já está em curso”. Durante a reunião com as empresas envolvidas, o ONS pretende elaborar o Relatório de Análise da Perturbação para avaliar as causas da queda de energia. O encontro será no Rio de Janeiro.
De acordo com o Operador, o apagão aconteceu por causa de uma falha detectada em um disjuntor de interligação de barramentos na subestação Xingu, responsável pela distribuição da maior parte de carga gerada pela usina de Belo Monte. Na quinta-feira (22/3), a Belo Monte Transmissora de Energia (BMTE), responsável pela linha de transmissão entre a hidrelétrica e o sistema nacional, afirmou que o “mau funcionamento” de um equipamento relacionado ao recebimento de energia da usina foi a provável causa do grande apagão.
O ONS já havia registrado, no final de janeiro, um blecaute com impactos em todas as regiões devido a um “desligamento automático” no linhão de Belo Monte, empreendimento que utiliza uma tecnologia de ultra-alta tensão, até então inédita no país. (com informações: Destak Jornal)
Em nota o CNE (Coletivo Nacional dos Eletricitários), que integra a FNU, afirma que que todos os problemas vividos no setor elétrico no país “demonstra que privatizar um setor estratégico e deixar a vida da população, a economia, a indústria é a pior das escolhas para o nosso país. A ANEEL impõe pesadas multas às empresas nacionais, quando acontecem eventos dessa natureza (referência ao apagão), todavia, a informação que recebemos é que não haverá multa para a empresa do grupo State Grid. Isso nos faz lembrar, os desastres naturais que houveram recentemente em Mariana, no Pará, onde ainda não se chegou aos culpados. A energia elétrica não pode ser visto somente como mercadoria, da forma como o governo está vendo, e servir apenas para fechar o rombo fiscal criado pelo próprio governo, e que agora começa a mostrar o quanto ficaremos vulneráveis”.
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