Manipulada de toda forma possível, a Sanepar figura este ano como uma das principais patrocinadoras da 58ª Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina, que será realizada entre os dias 5 e 15 de abril.
O que parece ser uma festa popular, com a estimativa de 500 mil visitantes para a edição de 2018, a Expo Londrina nada mais é do que um evento para que os grandes produtores rurais da região e grandes empresas mostrem e comercializem seus produtos para encher ainda mais seus bolsos à custa do povo.
O patrocínio da Sanepar serve como auxílio no custeio dos custos dos shows, segurança e no pessoal de apoio, mas também viabiliza o palanque do governador Beto Richa (PSDB) para alavancar a sua corrida em busca de uma cadeira no Senado nas eleições de outubro.
De carona neste “trem da alegria” está sua vice, Cida Borguetti, que vai tentar se eleger governadora do Paraná, e outros candidatos a deputado estadual e federal, dentre os quais o sempre sorridente presidente da companhia de saneamento e funcionário aposentado da Caixa Econômica Federal, que não perde uma oportunidade para aparecer nos holofotes e com isso garantir uma das vagas do Estado na Câmara Federal.
Todos eles estavam no coquetel de lançamento da Expo 2018, com despesas pagas pela Sanepar e os cofres públicos, é lógico, e estarão novamente em Londrina neste dia 5/04 na abertura da feira na qual os ricos entram, comem e bebem de graça, enquanto os pobres pagam caro para ver aquilo que não podem comprar.
O que os paranaenses ganham com isso?
Este é só mais um dos diversos outros patrocínios feitos pela Sanepar que se junta à pesada publicidade nos meios de comunicação comercial do Estado. E o pior é que empresa de capital misto, mas com a maioria das ações ainda nas mãos do governo do Paraná, não ganha nada com isto. Pelo contrário.
Como operadora dos serviços de saneamento básico de mais de 360 municípios dos 399 existentes no Estado, a empresa praticamente não tem concorrência, portanto não existe motivo para torrar tanto dinheiro com sua imagem.
Mas essa dinheirama toda, com certeza, vai pesar nas contas e alguém vai ter que pagar por isso, seja os consumidores, com tarifas cada vez mais caras, ou os trabalhadores e trabalhadoras da própria Sanepar, que a cada negociação salarial ouvem sonoros NÃOS às suas reivindicações sem que sejam apresentadas justificativas convincentes.
E assim a Sanepar escreve mais um capítulo da velha novela em que se destaca pelo uso político de seu capital e quase nenhuma preocupação com o seu papel principal, que seria servir à população paranaense.