Insegurança energética, racionamento e o aumento na tarifa de energia elétrica são alguns dos impactos na privatização da Eletrobras apontados por especialistas e entidades sindicais. Além disso, a proposta do governo federal promove um ambiente especulativo na avaliação dos ativos da estatal, bem como, na operação do sistema elétrico que passar a ser pautado pelo preço e não mais pelo custo da energia.
Assim, para analisar os impactos e as irregularidades no processo de privatização da Eletrobras e suas subsidiárias, o senador Hélio José (Pros-DF) apresentou pedido para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que foi lido em plenário no dia 23 de maio.
De acordo com o requerimento, um dos responsáveis pelo processo de privatização teria obtido acesso a informações privilegiadas, se beneficiando com o anúncio da venda da estatal. Existe ainda intensa discordância quanto ao preço dos ativos da Eletrobras. Enquanto o governo prevê a arrecadação de R$ 12 bilhões com a entrega do controle acionário da empresa, especialistas apontam para a Eletrobras um montante de R$ 370 bi.
Para a dirigente sindical do STIU-DF, Fabiola Antezana, desde que se anunciou a privatização da Eletrobras muitos pontos obscuros permeiam o processo. “Informações privilegiadas, contratações sem licitação e com favorecimento de grupos econômicos. A implantação da CPI é um passo importante para que se investigue quais interesses estão por trás de um processo açodado, cheio de falhas, mas que segue em ritmo acelerado apenas para cobrir um rombo fiscal”, destaca a dirigente.
O pedido contou com a assinatura de 41 senadores, que após a leitura do requerimento em plenário tiveram o prazo de cinco dias para retirada de apoio à criação da CPI. Com as assinaturas necessárias (27 assinaturas), agora, de acordo com regimento da Casa, é necessária a indicação dos membros para instalação da Comissão. (fonte: Stiu-DF)