Depois de quase seis meses de enrolação, na reunião realizada na quarta-feira (30/05), em Curitiba, a empresa apresentou aos Sindicatos uma proposta que prevê um “acelerador” de carreira, com reajuste que vai de 4,04% a 2%.
A empresa oferece também um “cala-boca” de R$ 105,00 mensais para os trabalhadores e trabalhadoras que retirarem as ações na Justiça do Trabalho requerendo direitos referentes à avaliação do Sistema de Gestão por Competência de 2009.
No Vale-alimentação essa diretoria da Sanepar ofereceu um acréscimo de R$ 18,70 no valor, que passaria a R$ 1.051,92 e no Vale-lanche só R$ 0,11 a mais. Dependendo de onde se for comprar um salgado os R$ 6,39 serão insuficientes, dando, talvez, para comer um pão com mortadela.
A retirada das ações que questionam na Justiça a avaliação de 2009 representa uma grande perda para os trabalhadores e trabalhadoras que atuavam na empresa naquele ano. Na ação movida pelo SAEMAC, idêntica à que foi ajuizada pelo SINDAEL, foi reconhecido o direito a três steps, o que equivale a um percentual de 11,16% devido pela Sanepar retroativos àquele ano, com reflexos nas demais verbas salariais, como, por exemplo, 13º salário, férias etc.
Alexandre Schmerega Filho, presidente do SINDAEL, que participa da reunião com a Sanepar, em Curitiba, avalia que essa proposta deveria conter uma política de pessoal mais eficaz de valorização dos trabalhadores e trabalhadoras.
“Não dá para acreditar que depois de obter um lucro líquido 686 milhões de reais em 2017 e outros 186 milhões nos três primeiros meses deste ano a empresa não tenha condições de apresentar uma proposta que se aproxime das nossas reivindicações”, critica.
De acordo com Alexandre, os Sindicatos estão insistindo que seja levada em conta a contraproposta formulada pelo movimento sindical em março deste ano, na qual são sugeridos mecanismos que promovem a valorização dos salários e avanços no PCCR.
Além do mais, essa proposta da Sanepar provoca a divisão do quadro de trabalhadores e trabalhadoras, pois muitos são novos e não estavam na empresa naquele ano e apenas cinco Sindicatos ingressaram com ações contra a avaliação de 2009, enquanto outros 17 não fizeram isso.