Os eletricitários fazem um protesto na manhã desta segunda-feira (11/6) contra as frequentes demissões ocorridas nos últimos anos. A manifestação ocorre em frente ao Centro Operacional da Empresa no dia em que a concessionária completa 39 anos.
Segundo informações da Sinergia-MS (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria e Comércio de Energia no Estado de Mato Grosso do Sul), 631 trabalhadores foram demitidos desde 2014, quando o grupo Energia assumiu a concessionária Enersul. Só em 2017, foram 178 desligamentos.
O sindicato defende que as demissões refletem na qualidade do serviço, visto que a Energisa é uma das empresas com maior número de reclamações no Procon-MS. Em Campo Grande, por exemplo, foram mais de 900 registros nos primeiros quatro meses deste ano.
O vice-presidente do sindicato, Elvio Vargas, comenta que a manifestação é pacífica em frente à concessionária e que os trabalhadores entregam materiais informativos no trânsito. “Somos 600 pessoas protestando hoje, estamos fazendo um movimento sobre esta alta rotatividade na empresa”, afirma.
O protesto acontece durante a manhã, mas segundo o sindicato, os trabalhadores já planejam uma greve caso a situação persista. “A gente está fazendo um movimento de repúdio a esta situação. Somos 2,5 mil trabalhadores em todo o estado e faremos também uma manifestação em frente à Eletrosul contra a privatização”, diz o vice-presidente.
Em nota, o Sinergia ressalta que o estado tem uma das tarifas de energia mais caras do Brasil. “O último reajuste, em abril deste ano, foi de 10,65% para imóveis residenciais e comerciais. Mas devido a uma gestão marcada pelo descaso com os trabalhadores e com os clientes, esses altos custos, que geram altos lucros para a Energisa/MS, não retornam à população, que vem recebendo um serviço de péssima qualidade”, diz em nota.
O sindicato informa que irá propor uma audiência pública para discutir a qualidade do serviço, além de denunciar o descaso com clientes e trabalhadores. Em nota, a Energisa afirma que investiu mais de R$ 1 bilhão entre os anos de 2014 e 2017 e que o quadro de colaboradores aumentou em 33% com a internalização dos serviços. “Também vale ressaltar que a Energisa é a segunda distribuidora de energia com o menor reajuste tarifário do país, conforme o último ciclo de Revisão Tarifária em abril/18”. (fonte: Mídia Max)