A senadora Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT, denunciou nesta quinta-feira (14/6) que a doação da Eletrobras representará dupla oneração ao consumidor. Segundo ela, Michel Temer vai abrir mão do controle da empresa para arrecadar cerca de R$12 bilhões à União, no entanto, a oneração para o consumidor, em 30 anos, seria de quase R$400 bilhões. Isso porque, haveria uma mudança de regime, ou seja, do regime de cotas para o regime de produtor independente de energia.
“Qual é a vantagem que o povo brasileiro leva? Qual é a vantagem que o Brasil leva vendendo sua maior empresa de energia, a empresa que coordena todo o sistema da energia elétrica brasileira?”, questionou.
Para Gleisi, a questão da Eletrobras, assim como da Petrobras, assume uma gravidade enorme diante do quadro que nós estamos vivendo de recessão no Brasil e de dificuldades para o povo brasileiro. Essas duas empresas só existem porque nelas foi investido dinheiro público. A Eletrobras, por exemplo, teve investimentos de R$370 bilhões em 60 anos. Ela é responsável por um terço da capacidade de geração e 47% das linhas de transmissão do País. A empresa gerou em média R$934 milhões anuais de dividendos à União entre 2003 e 2016.
“E, agora, essa gente quer entregar esse patrimônio ao setor privado, ganhando um recurso que não cobre 10% do déficit público que nós temos no Brasil hoje. E a conta de luz vai subir para a população brasileira. É muito grave o que está acontecendo neste País.”
A senadora lembrou que quando o Presidente Lula assumiu o governo em 2003, ele vedou a entrada da Eletrobras e de suas subsidiárias no Programa Nacional de Desestatização, criado por Fernando Henrique Cardoso. A empresa passou, então, a integrar a Eletrobras. Saiu do Programa Nacional de Desestatização e passou a integrar consórcios para participar dos leilões de geração e transmissão de energia.
“Dessa forma conseguimos reduzir o preço da energia para o consumidor no Brasil. Nós chegamos, por exemplo, no leilão de transmissão, a um deságio médio, de 50%. No caso da geração, Belo Monte, por exemplo, que foi implantada nos nossos governos, chegou a produzir uma economia de R$60 bilhões, considerando 30 anos de contrato”, explicou.
Isso também possibilitou a implantação do programa Luz para Todos. “Este País ficou até 2003 com uma parcela grande da população sem ter energia elétrica, o pessoal do interior do Nordeste, do Norte do País, Região Amazônia. O Lula queria uma empresa que pudesse gerar energia mais barata para a população e levar energia para quem não tem. Você acha que empresa privada vai fazer linha de transmissão para levar energia elétrica para pobre, que não consegue pagar conta de luz? Claro que não. Eu espero que este Senado não faça o que fez na questão da Petrobras, que retirou tributo para as petroleiras internacionais e acabou com a indústria nacional de petróleo e gás. Será que agora vão fazer de novo com a Eletrobras?” (fonte: Blog do Esmael)
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