A Plenária da Frente Brasil Popular sobre o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), realizada em Brasília, no último dia 12, foi mais uma importante ação para a construção do Fórum, e que contou a participação e representação da FNU.
“Deve haver uma consolidação da luta pela água. Temos a responsabilidade de construir esse combate para que ele se consolide em todos os espaços sociais”. Foi o que defendeu a secretária de meio ambiente da CUT Brasília, Vanessa Sobreira, na Plenária da Frente Brasil Popular sobre o Fórum Alternativo Mundial da Água (FAMA), realizada nessa terça-feira (12/12), na CUT Brasília. O movimento, que se contrapõe ao 8º Fórum Mundial da Água, engrossou a mobilização e deliberou uma série de ações para levar a luta pelos recursos hídricos a diante.
Uma das principais deliberações da plenária foi a intensificação da conscientização popular quanto aos riscos da privatização da água. “Hoje, conseguimos dar um passo muito importante nessa luta. São várias atividades para conscientizar a população e promover o debate acerca desse tema tão importante para o bem social”, destacou Vanessa.
A discussão aconteceu em um momento em que a população brasiliense é assolada pela maior crise hídrica dos últimos tempos e, contraditoriamente, a capital do país sediará, em 2018, o 8º Fórum Mundial da Água, promovido pelas grandes multinacionais que defendem a privatização das fontes naturais e dos serviços públicos de abastecimento de água, aos moldes do governo neoliberal de Michel Temer.
Dandara Kokay, representante do Comitê em defesa da Água no Distrito Federal, destacou a importância de a população brasiliense agregar à sua pauta de lutas a questão da água. “Não é somente falta de chuva ou questão natural. É um processo que já havia sido previsto e não foram tomadas medidas de infraestrutura. Uma das nossas principais bandeiras locais é tornar essa luta como constante”, disse.
“É uma iniciativa extremamente importante, que mostra compreensão dos movimentos sociais de vincular a questão da água a uma discussão mais ampla, que tem a ver com a soberania nacional, e com o debate da defesa dos bens naturais e estratégicos para o povo brasileiro” apontou o assessor de saneamento da Federação dos Urbanitários, Edson Aparecido da Silva, sobre o FAMA.
Para Silva, qualquer discussão sobre o tema deve, antes, analisar as perspectivas do capital em relação aos ataques, que ele denomina “ações articuladas”. “A idéia é que, mesmo após o FAMA, os movimentos envolvidos em sua construção se constituam como espaços de mobilização e organização em defesa da água, que construam a concepções nas mais diversas perspectivas.”
O FAMA
O FAMA é um espaço formado por representantes de movimentos sociais, ambientais e sociedade civil com o objetivo de contraponto ao Fórum Mundial da Água, qualificado como o ‘Fórum das Corporações’, no qual grandes multinacionais, que já dominam 75% do mercado mundial de água, se organizam para pressionar os poderes locais de vários países a privatizar mananciais, empresas públicas de saneamento e abastecimento de água às populações. O evento, que acontece em Brasília entre 17 e 22 de março está sendo construído desde fevereiro deste em ano pretende reunir mundialmente diversas organizações em defesa da água como direito elementar à vida. (fonte: CUT Brasília)