Quem conhece a principal sala de reuniões da Eletrobras, localizada no 13º andar do Edifício Herm Stoltz, já teve a oportunidade de conferir a galeria de ex-presidentes da Empresa desde a sua criação em 1962. Fotografias que retratam personalidades, histórias e muitas realizações.
A maioria dos ocupantes da galeria é lembrada pela liderança, competência, visão e compromisso com a Eletrobras, que eram postas em primeiro lugar, em prol do desenvolvimento do Brasil.
Lá há ícones como Octávio Marcondes Ferraz e Arnaldo Rodrigues Barbalho, figuras da política como Antônio Carlos Magalhães e Eliseu Resende, exímios conhecedores do setor como José Alqueres, Mario Santos, Altino Ventura e José da Costa, além de visionários como Mario Penna Bhering, Luiz Pinguelli Rosa e José Antônio Muniz. Todos deram importantes contribuições para o crescimento e transformação da Eletrobras na maior Empresa de Energia Elétrica do Brasil e da América Latina.
Lamentavelmente, a próxima fotografia de ex-presidente a ser colocada, e esperamos que seja logo, representará o pior período vivido pelo Sistema Eletrobras: a gestão Wilson Pinto Ferreira Junior.
Um exemplo é o Notícias Eletrobras nº 12 de 11/06, no qual, com o pretexto de parabenizar a Eletrobras pelo seus 56 anos, o senhor Wilson Pinto Junior vangloria-se de seus feitos como se fosse a salvação da Eletrobras. Em escárnio!
Na verdade, Wilson Pinto Junior, o 24º presidente da Eletrobras, coleciona uma infinidade de ações que o colocam como o pior presidente da Empresa. Essa avaliação se respalda em fatos e dados que são do conhecimento dos públicos internos e externos:
– Rebaixamento do plano estratégico da Eletrobras a um mero plano de Venda de Ativos e Privatização;
– Abdicação de novos desafios – atualmente a palavra “crescimento” sumiu do vocabulário da Eletrobras;
– Resultados negativos influenciados por contas e provisões polêmicas, tendo como objetivo a validação do discurso falacioso de quebradeira e de terra arrasada, a ser recuperada pelo “salvador da pátria” e seus patrões minoritários;
– Diretoria Colegiada reduzida a um simples órgão validador das vontades do “poderoso CEO”;
– Código de Ética e Conduta – letra morta para a alta administração e uma lei rigorosa para os que estão abaixo do pico da pirâmide organizacional;
– Falta de transparência: manipulações e meias verdades;
– Ações disciplinadoras têm como alvo apenas os empregados;
– As denúncias de malfeitos praticados por dirigentes, tais como: as vergonhosas contratações por inexigibilidades, o caso Oscar Salomão, a bizarra contratação da FSB Comunicações, o episódio verborrágico do presidente contra trabalhadores e trabalhadoras, além de práticas de assédio e discriminação, reverberam o tempo todo e ganham de volta o SILÊNCIO OBSEQUIOSO do Conselho Fiscal, do Conselho de Administração, da Auditoria Interna, da Diretoria da Compliance e Conformidade, que jogam tudo para debaixo do tapete da impropriedade e prevaricação;
– Arsenal de notícias negativas saindo da própria Empresa, chegando ao descalabro de se contratar uma consultoria de comunicação “estratégica” para falar mal da organização, rebaixar sua moral perante o público externo e manipular a opinião pública em prol da privatização;
– Gritantes conflitos de interesses no seio da Diretoria Executiva e no Conselho de Administração;
– Consultorias que excedem suas funções – inversão de papéis;
– Descaradas contratações por inexigibilidade causando enormes prejuízos à Eletrobras;
– Dívida bilionária negociada com a Eletropaulo sem a devida transparência;
– Discriminação e desrespeito aos trabalhadores e trabalhadoras;
– Compliance e Conformidade – palavras modernas, mas desvalorizadas e deturpadas pela atual diretora da área e ex-sócia da Consultoria Deloitte, indicada para o cargo pelo atual presidente da Eletrobras. As peripécias dessa senhora, do seu chefe Wilson Pinto Junior e dos bajuladores de plantão, não resistirão às tomadas de contas a serem feitas pelos órgãos de fiscalização e controle;
– Constante atentado aos interesses da Eletrobras, enquanto empresa estatal e de propriedade do povo brasileiro. À frente da Eletrobras, o senhor Wilson Pinto Junior atua focado exclusivamente nos interesses dos acionistas minoritários – alguns claramente identificáveis, como é o caso dos donos do 3G Radar, do Banco Clássico, além do famoso e “invisível” mercado;
– Representantes de concorrentes com assento no Conselho de Administração e com acesso a informações estratégicas da Empresa – algo surreal no mundo dos negócios;
– Conselho de Administração dominado por um grupo de minoritários – num inédito “quem tem mais, manda menos ou quase nada”;
A vassalagem ao mercado é tão grande que, na gestão de Wilson Pinto Junior, a Superintendência de Relações com Investidores da Eletrobras, área da Diretoria Financeira, virou uma máquina de produzir FATOS RELEVANTES e de COMUNICADOS AO MERCADO. Este fato sugere a alteração do nome da área para Superintendência de Comunicados e Fatos Relevantes ao Mercado.
Em 2012 e 2013, anos da edição e aplicação da MP-579/12, a Diretoria Financeira da Eletrobras divulgou um total de 106 comunicados e fatos relevantes ao mercado, ao passo que em 2 anos de Wilson Pinto Junior (2016/2018) esse número teve um aumento de 193%, com 311 publicações, o que podemos considerar como algo normal para um privatista que precisa desesperadamente prestar contas aos seus patrões.
As demais partes interessadas são solenemente ignoradas e na visão de Wilson Pinto Junior, não precisam de muita atenção, pois são apenas os pagadores das contas, incluindo maiores tarifas e impostos, que resultaram da entrega da Eletrobras a preço de banana à meia dúzia de especuladores.
Por tudo isso, a classe trabalhadora luta pela saída urgente de Wilson Pinto Ferreira Junior e, mesmo que ele venha ganhar um espaço na galeria dos ex-presidentes, será sempre lembrado como aquele que trabalhou, diuturnamente, para a destruição da Empresa e que trouxe prejuízos e danos que ficarão marcados na história da organização. (fonte: Aeel – Associação dos Empregados da Eletrobras)