Desde sua primeira edição, em 1995, a manifestação tem como mote ‘A vida em primeiro lugar’
No feriado de 7 de setembro serão realizadas as já tradicionais manifestações do Grito dos Excluídos, um conjunto de ações articuladas pelos movimentos sociais em todo o Brasil. Desde sua primeira edição, em 1995, a manifestação tem como mote “A vida em primeiro lugar”, e em 2018, chegando a seu vigésimo quarto ano, o tema específico é “Desigualdade gera violência: basta de privilégio”.
Durante entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (30), Roselene Vanceto, da coordenação nacional do Grito dos Excluídos, diz que os questionamentos propostos pela mobilização têm relação com o tipo de sociedade se deseja construir. “A gente está discutindo um modelo de Estado. Hoje, ele privilegia o mercado e lucro e, ao povo, resta o Estado mínimo, como o corte de políticas públicas e sociais. É um momento importante para a gente discutir um projeto para a nação”, afirma, em entrevista à repórter Ana Rosa Carrara, da Rádio Brasil Atual.
O professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Plínio de Arruda Sampaio Júnior destaca que a população pobre das periferias é a que mais sofre com a violência estrutural gerada pela desigualdade.
“A violência que estamos vivendo é a barbárie do capitalismo. 62 mil mortos por ano e a maioria é negra, jovem e trabalhadora. Um a cada quatro trabalhador está desempregado ou subutilizado. É contra essa violência que o povo precisa se organizar”, explica.
Bruna Silva, mãe de Marcos Vinicius, adolescente de 14 anos assassinado pela Polícia Civil durante ação no Complexo da Maré, no dia 20 de junho, diz como a intervenção militar no Rio de Janeiro, que já completou seis meses, reflete na vida dos moradores de favelas.
“Hoje em dia você pega um ônibus e o que vê de policial com fuzil apontado para a população. A intervenção chegou para todos nós, pobres, porque ela só está matando inocente e criança. Quando mataram meu filho, eles deram um tiro no pé, pois me deixaram viva e estou aqui para apontar o dedo na cara deles”, afirma a mãe.
O Grito dos Excluídos acontece em várias cidades do país, articulado por movimentos e pastorais sociais. A versão mais antiga é realizada na cidade de Aparecida, no estado de São Paulo, em conjunto com a Romaria dos trabalhadores e trabalhadoras.
Na cidade de São Paulo estão confirmados dois atos com concentração a partir das 9h. Um deles acontece na Praça da Sé, região central da cidade, e o outro começa na Praça Oswaldo Cruz e termina no Parque Ibirapuera. Manifestações estão previstas em diversas regiões do país e no estado de São Paulo serão realizados atos em Guarulhos, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, Jundiaí e Aparecida. (fonte: CUT)
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