O Reino Unido que foi a Meca das privatizações nos anos 80, agora em 2018 os britânicos querem a volta o controle estatal de serviços essenciais.
O “Estado mínimo” se mostrou uma bomba-relógio social e os números de pesquisam na Inglaterra confirmam isso:
. 83% a favor da nacionalização da água
. 77% a favor da nacionalização da eletricidade e gás
. 76% a favor da nacionalização das linhas férreas.
Na última semana (9/1), o jornal The Guardian, um dos mais respeitados jornais da Inglaterra, publicou artigo sobre a atual opinião dos britânicos sobre privatizações e como a propriedade pública está na moda novamente. “Transferir os ativos públicos da Grã-Bretanha para a propriedade privada e confiar apenas na regulação para garantir que eles fossem gerenciados para oferecer um interesse público mais amplo foi sempre uma aposta arriscada. E essa aposta não valeu a pena”, explica o artigo de Will Hutton, diretor do Hertford College, em Oxford e presidente do Big Innovation Centre.
No artigo, o autor explica que não são apenas os números das pesquisas que representam uma queda geral na confiança dos serviços privatizados, mas há uma visão generalizada de que os objetivos de lucro exigentes anularam as obrigações de serviço público.
A Thames Water – empresa de água, sob propriedade privada, tem sido o exemplo mais flagrante, acumulando altas dívidas, pois distribuiu dividendos excessivos aos seus acionistas. Com as taxas de investimentos atuais a empresas levará 357 anos para renovar a rede de água de Londres, o que não Japão se levaria 10 anos.
Diante do caos, o governo britânico estuda criar uma nova categoria de empresa – a empresa de benefícios públicos (PBC) – que constaria em sua constituição que seu objetivo é a prestação do benefício público ao qual a lucratividade é subordinada. Por exemplo, o propósito de uma empresa de água seria entregar a melhor água o mais barato possível e não retirar dividendos excessivos através de um paraíso fiscal. O próximo passo seria ter uma base de fundação em cada utilidade privatizada como condição de sua licença para operar, exigindo que a utilidade se reincorporaria como uma empresa de benefícios públicos.
A participação da fundação daria ao governo o direito de nomear administradores não executivos independentes, cujo papel seria verificar se os objetivos de interesse público do PBC estariam sendo cumpridos como prometido.
Isso incluiria assegurar que a empresa permaneceu domiciliada no Reino Unido para fins fiscais e garanta que os consumidores, os interesses sociais e de interesse público viessem primeiro.
Esse novo formato de empresa ainda não está formatado, mas o certo é que o modelo privatista implantado pela Inglaterra e que o governo golpista quer implantar no Brasil está falido e comprovadamente não presta o melhor serviço aos cidadãos, pois seu objetivo é simplesmente o lucro.
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