A Caminhada, que percorrerá as ruas de Aracaju, saindo da sede da Companhia de Saneamento de Sergipe – Deso em direção ao Centro da cidade, terá mais uma vez como tema “Água é direito, não mercadoria”. Uma última reunião, para fechar os detalhes finais do evento, está agendada para o dia 18/3.
Para o secretário-geral do SINDISAN, Sérgio Passos, a manutenção do tema se justifica pela continuidade da política de desmonte das companhias de saneamento e do avanço do projeto de privatização do setor e também dos mananciais de água do país, como já sinalizava o governo golpista de Temer e agora do seu sucessor, Jair Bolsonaro, que tem como bandeira de governo a entrega total das estatais e dos recursos minerais e naturais do país ao capital privado.
“Neste sentido, chamamos os trabalhadores e a sociedade para se somarem, no dia 22 de março, à nossa Caminhada, para juntarmos forças contra mais esse desmonte do patrimônio público e de entrega das nossas riquezas aos grandes grupos econômicos nacionais e estrangeiros, como pretende Bolsonaro. Estaremos, durante o percurso, dialogando com a população sobre a importância da água potável como recurso finito e cada vez mais escasso, e a necessidade de mantê-la como um direito humano inegociável; assim como também vamos cobrar dos governos mais investimentos nas nossas companhias de saneamento, para que elas possam fornecer serviços de qualidade à população e garantir saúde, porque investir em água e saneamento é política pública de saúde”, explicou Passos.
Momento especial
O presidente do SINDISAN, Silvio Sá, agradeceu a presença de todos os que participaram da reunião, reforçando que a III Caminhada da Água será um momento muito especial, que oportunizará não só aos dirigentes sindicais, mas também aos representantes dos movimentos sociais, espaço de fala para politizar o debate, na concentração, em frente a sede da DESO, e durante todo o percurso.
“Será mais uma belíssima caminhada, tenho certeza, repetindo o sucesso dos anos anteriores. Teremos a batucada afro do grupo Haussas, presença de índios da tribo Xocó, dança do Toré e outras manifestações. Além disso, haverá o espaço das falas, que será a oportunidade de estarmos defendendo a água de qualidade como direito da sociedade, a DESO como patrimônio público dos sergipanos e outros temas de interesse da população. Será uma celebração vibrante, mas também um espaço de muita cobrança sobre as pautas que defendemos”, destacou Silvio Sá.
Soberania hídrica
Presente a reunião, Levi Nascimento, dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), destacou a importância da Caminhada da Água e do tema que propõe como fundamentais, em especial diante da conjuntura que o país vive.
“A água é um bem comum e de grande importância para o mundo. Diante da difícil conjuntura em que estamos vivendo, é fundamental juntarmos forças e lutar por nossos bens comuns. Mais que isso, precisamos politizar esse debate no Dia Mundial da Água, expondo que não se faz luta pela água sem agregar a luta por soberania hídrica, por soberania nacional e contra a privatização da DESO e do patrimônio público; como também precisamos lembrar do crime de Brumadinho (pela empresa Vale), que contaminou a Bacia do São Francisco e nos traz consequências gravíssimas. Essas têm que ser lutas permanentes do povo sergipano e do povo brasileiro”, enfatizou Levi.
Para o militante social, o SINDISAN acerta ao promover a Caminhada da Água e ao abrir espaço para uma construção coletiva, junto com entidades da cidade e do campo.
“A gente só vai de fato construir a nação soberana que a gente almeja com essa aliança estratégica camponesa e operária. Muito acertada essa construção do SINDISAN, em estar chamando os camponeses para somar e construir de perto essa luta conjunta”, pontuou.