As cláusulas sociais foram o foco principal dos debates com a Embasa na rodada virtual de negociação ocorrida ontem (06/05) à tarde, buscando avançar nas conquistas para o acordo coletivo 2021/2023. Os representantes da empresa propuseram o fechamento de todas as cláusulas com a mesma redação do atual acordo, mas o sindicato insistiu em discutir as propostas da pauta de reivindicações aprovada nas assembleias pela categoria.
Entre as cláusulas debatidas, destaca-se a da Licença Paternidade, para a qual o sindicato propõe a ampliação para trinta dias corridos, visando ampliar a participação e o cuidado dos pais nos primeiros dias de nascimento dos filhos. Trata-se, pois, de um período extremamente delicado e de adaptação da família, quando tanto o bebê quanto a mãe precisam do apoio presencial dos seus parceiros.
Muitas mães não tem parentes próximos ou estes não têm condições de auxiliar nesse momento, além de situações de doença ou até mesmo depressão pós-parto que acometem as mulheres, sendo de suma importância a participação e a acolhida ativa dos pais. O sindicato lembrou ainda a relevância da Embasa promover uma campanha de incentivo ao parto natural e humanizado entre seus (seus) empregados (as), de modo a garantir uma vida mais saudável e de menos riscos para a mãe e para os bebês.
Seguindo a discussão, o sindicato também reivindicou a redução da jornada de trabalho para 30 (trinta) horas durante seis meses para as empregadas após o término da Licença Maternidade. Essa proposta é extremamente importante para incentivar o aleitamento materno nesse período, tendo em vista que a Organização Mundial de Saúde e a Organização Panamericana de Saúde já recomendam a amamentação dos recém-nascidos por pelo menos 24 meses, o que traz inúmeros benefícios para a saúde das crianças e também das mães. As crianças amamentadas adoecem menos. A amamentação protege as mães do câncer de mama e as crianças do sobrepeso e da obesidade, segundo estudos científicos. O Sindae lembrou que esse tema também deve ser objeto de campanhas internas da empresa, mas que é preciso aprovar propostas como essa para que as mulheres tenham condições objetivas de amamentar seus filhos após o retorno da licença.
Outro tema que teve forte debate na mesa de negociação foi a ampliação da Licença Falecimento para 5 (cinco) dias úteis e não corridos como é atualmente, uma vez que a morte de familiares próximos, além da dor da perda e do abalo psicológico, gera inúmeros problemas burocráticos que precisam ser resolvidos pelos empregados em bancos, cartórios e outras situações de natureza prática, que precisam ser tratados, necessariamente, em dias úteis da semana. A depender do dia do óbito, há um tempo exíguo para resolução de situações complexas, o que gera imenso estresse para os empregados que passam por esta situação.
Depois de muito debate nesta rodada de negociação, apenas duas cláusulas foram fechadas, as de Igualdade de Oportunidades e a do (a) Empregado (a) Estudante, as quais se mantiveram inalteradas em relação ao acordo anterior.
As demais cláusulas discutidas, por não haver consenso nas propostas, ficaram pendentes para análise da empresa e posterior rediscussão na mesa. A próxima reunião ficou marcada para o dia 18/05, às 14:30h.
Fonte: Ascom Sindae-BA