No Brasil, a data homenageia a líder quilombola Tereza de Benguela, símbolo de luta e resistência do povo negro.
O Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha – 25 de julho – é considerado um marco na luta e resistência da mulher negra. A data surgiu em 1992, quando foi realizado o I Encontro de Mulheres Negras da América Latina e Caribe, na República Dominicana. No Brasil, em 2 de junho de 2014 foi sancionada a Lei que instituiu o dia, uma homenagem à grande líder quilombola Tereza de Bengela, símbolo de luta pela liberdade no século XVIII.
Tereza de Bengela, conhecida como “Rainha Tereza”, viveu no Vale do Guaporé, Mato Grosso, e liderou o Quilombo de Quariterê, após a morte de seu companheiro, José Piolho, época em que a comunidade cresceu e incomodou o governo escravagista. O quilombo resistiu da década de 1730 ao final do século. Tereza foi morta após ser capturada por soldados em 1770.
“Em 1992, as mulheres se reuniram para discutir todas as desigualdades de gênero e de raça, que elas vinham sofrendo nas Américas e, a partir desse encontro que foi bastante frutífero, surge uma associação de mulheres afro e depois a ONU (Organização das Nações Unidas) incorpora esse dia, como uma data das mulheres negras latino-americanas e afro-caribenhas. O dia 25 de julho não é um dia de comemoração, não é um dia de festa, muito pelo contrário, é um dia em que as mulheres se juntam para denunciar todo tipo de desigualdade, de iniquidade, de violência e de segregação que elas sofrem no seu cotidiano”, destaca Yone Maria Gonzaga, técnica-administrativa em Educação da UFMG, atualmente aposentada.
No Brasil, a mulher negra ainda se encontra em uma posição de vulnerabilidade frente ao machismo e racismo e é atingida com os piores índices de direitos básicos, como acesso à educação, mercado de trabalho, moradia e saúde. Para se ter uma ideia, dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que as mulheres negras brasileiras estão 50% mais suscetíveis ao desemprego e, enquanto a taxa de desemprego de homens brancos subiu 4,6% em relação ao período anterior à crise econômica, entre homens negros esse crescimento foi de 7% e das mulheres negras o aumento foi de 80%.
A luta pela garantia dos direitos das mulheres é de todos nós!
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