Encontro ocorreu na quinta-feira, 2/6, em Porto Alegre. Presidente do Sindiágua, Arilson Wünsch, destacou a importância de manter a Corsan pública
O presidente do Sindiágua/RS, Arilson Wünsch e o representante do Fórum em Defesa da Água e do Saneamento, Felipe Mainardi, entregaram um documento contendo um resumo da pauta nacional do saneamento público no encontro com o pré-candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva na manhã desta quinta-feira, 2, em Porto Alegre. “A área do saneamento é estratégica e teremos todo o cuidado e atenção no acolhimento dessas demandas”, disse Lula durante a agenda proposta pelo presidente do PT/RS e deputado federal Paulo Pimenta.
“Elencamos prioridades do setor neste momento e sugerimos diretrizes políticas que possam ser incorporadas no plano de governo para uma próxima gestão nacional. Pedimos a revisão dos procedimentos para a regulação dos serviços públicos de saneamento básico, pautando o acesso universal físico e econômico a serviços de qualidade, seguros e sustentáveis”, resumiu Arilson Wünsch.
O pré-candidato do movimento “Vamos Juntos Pelo Brasil” acentuou que estava recebendo a proposta da representação gaúcha em nome de todas as empresas públicas de saneamento do país. A pauta entregue contou com as contribuições da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) que abrange os trabalhadores de todo o país.
Manter a Corsan pública
O dirigente do Sindiágua/RS tratou ainda da iminência da venda da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e a importância de manter a empresa pública foi a preocupação destacada pelo Sindiágua. Wünsch informou sobre o grande ato “RS pela Água” marcado para 28 de junho, em Porto Alegre, para frear a tentativa do governo do estado de privatizar a Corsan, além do risco de outras empresas municipais, como o Dmae.
Na audiência, solicitaram a revogação da Lei 14026/2020, do novo marco regulatório do saneamento. Aprovada às pressas em meio à pandemia, sem participação social, força para entregar o setor do saneamento à exploração privada, fragilizando os municípios e atingindo a população mais vulnerável. “Assim como é fundamental revisar a reforma trabalhista, recolocar os pobres no orçamento, corrigir rumos em vários setores estratégicos, revisar e adequar a nova lei do saneamento também é prioridade”, completou Wünsch.
O documento que aponta para as prioridades no abastecimento de água e esgotamento sanitário com ênfase nas áreas com infraestrutura precária, manejo das águas pluviais frente aos desastres recentes, orientações na política de gestão dos resíduos sólidos e integração à política nacional do setor.
Os dirigentes reconheceram ao ex-presidente Lula os avanços construídos com participação e controle social no seu governo e de Dilma Rousseff, bem como a destruição de conquistas após o golpe de 2016 e na atual gestão nacional, acentuando a necessidade de retomar conselhos e fóruns para construção conjunta e transparente de políticas públicas.