Já dizia Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que seu oposto.”

O Dia Internacional do Orgulho LGBT é celebrado mundialmente pelo movimento LGBTQIAP+, em 28 de junho, como um importante instrumento de visibilidade na luta por cidadania, respeito e valorização das pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros, queers, intersexuais e não-binárias.

Essa luta pelo reconhecimento dos direitos da comunidade LGBTQIA+ teve início há 54 anos em Stonewall, nos Estados Unidos, e continua até os dias de hoje. Embora avanços tenham ocorrido e hoje haja redes e movimentos que trabalham para assegurar os direitos humanos desta comunidade, ainda existem diversos desafios a serem superados.

Uma prova viva disso, são os dados apontados pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBT+ no país, indicando que 273 pessoas LGBTQIAPN+ morreram de forma violenta no Brasil no último ano. Mais da metade das vítimas eram mulheres trans ou travestis (58,24%).

Neste contexto, onde a discriminação e preconceito continuam presentes, precisamos compreender o importante papel que os sindicatos podem desenvolver, não atingindo apenas seus sindicalizados, mas rompendo a barreira do mundo do trabalho e levando mais informações até as suas famílias. É necessário que sejam abertas portas de discussões familiares empenhadas na construção de uma nova sociedade, onde as diferenças existentes de raça, de gênero, de orientação sexual, de condição física, de religião, de identidade política, de pensamento filosófico sejam apenas aspectos da grande e maravilhosa diversidade que forma o conjunto dos seres humanos, mas que não pode, sob nenhuma forma, ser motivo para segregação, isolamento, invisibilidade ou para a perda de direitos, como ocorre hoje.

A diversidade é uma força, não uma fraqueza. Os sindicatos precisam abrir suas portas para sindicalizados que sofrem preconceito e agressão, oferecendo ou encaminhando para atendimento jurídico e acompanhamento, quando necessário.

Além disso, as entidades sindicais devem possibilitar a realização de debates, seminários e ações que permitam a discussão entre categoria, sindicato e movimento LGBT, criando um elo que possibilite vencer o preconceito e a invisibilidade resultante dele, coragem que a pessoa só conquista quando se sente fortalecida por um sistema de apoio que lhe diga que ela não está sozinha e que as discriminações, que ela tem certeza que vai sofrer, serão tratadas de forma adequada e não serão deixadas para trás, como um problema seu e não como um problema social que tem que ser confrontado também a partir da representação destas entidades.

Não se pode mais tolerar o silêncio em relação ao problema, ou simplesmente fingir que ele não existe. As LGBTQIAPN+ existem e querem ser ouvidos e representados por nossas entidades de classe; querem que as discriminações que sofrem sejam encaradas como problemas de toda a sociedade e não como problema deles; querem que a individualidade e as especificidades sejam entendidas como parte de sua identidade.

Ao combater a homofobia, somos mais humanos e construímos uma sociedade justa e igualitária para todos.

Franciele Menezes

Secretária da Juventude, Gênero, Raça, LGBTQIA+ e Aposentados

Sindiágua/RS