Quem deveria zelar pelo bem estar da população está exatamente trabalhando para prejudicar os consumidores de água/esgoto dos municípios do Pará. Estamos falando da tentativa do governo Helder em privatizar a Cosanpa. Nesse intento, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) promoveu um evento que deveria ser uma audiência pública, mas foi somente um faz de conta, uma reunião fechada, privada e que acabou excluindo a população dos bairros mais periféricos de participar, público que deixou de ser chamado para esse importante debate, assim como excluiu a população dos demais municípios do Estado, como Santarém, Castanhal, Marabá, etc.
A sucessão de erros começou pelo local, o auditório da PGE, muito pequeno para a magnitude da discussão. O procurador limitou-se a ouvir os inscritos a falar e encerrou o evento, sem dar resposta a uma série de questionamentos e críticas à tentativa do governo Helder de repassar à iniciativa privada a exploração da água no Pará.
O representante da Defensoria Pública do Estado do Pará afirmou que vai coletar o registro das falas e levar ao grupo de trabalho da Defensoria que trata da questão. O presidente do Sindicato, Pedro Blois e o dirigente sindical Otávio Pinheiro, bem como a presidente do SENGE e o advogado Luiz Alberto Rocha, da UFPA, teceram duras críticas ao projeto de privatização da Cosanpa, citando a experiência da energia elétrica, que ao ser privatizada no Pará, não teve melhora no serviço mas garantiu arrecadação milionária ao grupo privado que está à frente da Celpa, com elevação de tarifa acima da inflação, tornando a conta de luz do paraense uma das mais caras do Brasil. Foi dito ao titular da PGE que a Cosanpa precisa ter gestão técnica, profissional e comprometimento com o bem comum dos consumidores e deixar de ser usada politicamente, como vem ocorrendo nos últimos anos deste governo.
O processo de sucateamento a que está submetida a Cosanpa também foi exposto no evento, bem como a contratação excessiva de comissionados, ganhando duas vezes mais do que ganham os técnicos do quadro efetivo da empresa.
Os interlocutores dos trabalhadores afirmaram que o governo do Estado, via PGE deveria sim investigar, fazer auditoria na administração da Cosanpa para verificar o desvio de verba pública, e não tentar impor a privatização da Cosanpa, empresa pública que presta um serviço essencial à vida da população, que é o abastecimento de água.
Como é possível um governo que fala em defesa da Amazônia, em preservação de recursos naturais, de floresta em pé, que se arvora a sediar uma discussão mundial sobre o clima global, querer a todo custo privatizar a água do Pará, que é um dos detentores de parte de uma das maiores reservas de água do planeta?
Esse questionamento está colocado também pela Frente contra a privatização do Saneamento no Pará, entidade formada pelo movimento social e sindical, do qual os urbanitários fazem parte, e estão colocando uma campanha na rua. Venha você também fazer parte dessa luta em defesa não apenas da água da Cosanpa, mas a favor do direito à água e da vida.
A Frente contra a privatização do Saneamento no Pará irá fazer a mobilização da população nos bairros, praças e feiras. Vamos lutar em defesa da Cosanpa pública e de qualidade. Vamos em frente!
Fonte: Ascom Stiupa