O 2° Congresso da CNU, Confederação Nacional dos Urbanitários, que ocorreu de forma presencial e virtual, com a participação de mais de 180 delegadas e delegados das federações regionais de todo o Brasil, teve seu encerramento em mobilização de rua, com a participação no ato em defesa do saneamento público e contra as privatizações, em frente a sede do BNDES, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (23/11).
“Os sindicatos têm que estar junto aos seus trabalhadores e a população onde eles estão. Nossa luta em defesa dos nossos direitos tem que ser travada em todas as frentes: nas mobilizações de rua, nas articulações políticas e nas mesas de negociações”, explicou o presidente da CNU, Paulo de Tarso.
Na noite de quarta-feira (22/11), os delegados(as), reunidos em Plenária, no auditório da sede da FNU, decidiram pela reeleição da atual diretoria da CNU. Conheça a diretoria: https://www.fnucut.org.br/institucional/direcao-cnu/
A Confederação está no aguardo da emissão de sua Carta Sindical, junto ao Ministério do Trabalho, que deve sair em breve. Assim, a atual diretoria permanecerá até que o documento oficial seja emitido.
Mesas do Congresso
Durante toda a quarta-feira (22/11), foram realizadas as mesas de debate do Congresso. Para a mesa que analisou a conjuntura atual, o convidado foi o presidente da CUT, Sérgio Nobre. que ressaltou que o tema do Congresso: “Unidos pelos nossos direitos e fortalecimento da democracia”, sintetiza bem o nosso momento atual.
Para ele, é muito importante fortalecer o movimento sindical para rever perdas importantes que os trabalhadores tiveram no último governo. Também o que aconteceu na Argentina, com a vitória da extrema direita, é um alerta para fortalecer a defesa da democracia em nosso país.
Também participaram da mesa de conjuntura: Paulo de Tarso, presidente da CNU; Sônia Mendes, secretária da Mulher da FNU; Aline Marques, representante do ramo urbanitário na Executiva da CUT; e Cecy Marimon, da coordenação do CNE.
Sonia destacou a importância de espaço para as mulheres nas entidades sindicais, para que cada vez mais tenhamos a representação da mulher nos sindicatos, federações e confederações. Aline enfatizou a importância do trabalho conjunto entre os ramos e a CUT, para unir forças na nossa luta. Cecy falou sobre as articulações que estão sendo feitas para a construção da federação dos urbanitários da região Sul, que irá reforçar ainda mais a luta para reestatizar todas as empresas de forma geral.
No período da tarde de quarta-feira (22/11), foi realizada a mesa “Principais desafios do Ramo Urbanitário próximo período”:
1– Energia e Gás
A mesa teve como convidado Gustavo Teixeira (ex-técnico do Dieese), que apresentou um panorama técnico das privatizações no setor elétrico, destacando a privatização da Eletrobras, e todas as consequências negativas que isso tem ocasionado aos trabalhadores do setor e à população em geral. Os mediadores da Mesa, Fabíola Latino Antezana (vice-presidente da CNU) e Elvio Marcos Vargas (secretário-geral da CNU), destacaram a importância da luta pela reestatização da Eletrobras e no processo de renovação das concessões de distribuidoras de energia elétrica, que vencem entre 2025 e 2031. Ambos explicaram as ações que estão sendo feitas pelas entidades sindicais em defesa do setor elétrico e seus trabalhadores.
2– Saneamento e Meio Ambiente
O convidado desta mesa foi Edson Aparecido da Silva, assessor de saneamento da FNU e secretário-executivo do ONDAS, que traçou a linha do tempo na privatização das empresas públicas de saneamento, que estão sofrendo um processo acelerado de entrega ao mercado, depois da aprovação da lei que modificou o marco legal do saneamento em 2020. Ele também apresentou ações que estão sendo encaminhadas para tentar frear esse processo. Os mediadores da Mesa, Iara da Costa Nascimento (secretária-geral da FNU) e Fábio Giori Smarçaro (secretário de saneamento da FNU) também enfatizaram todos os movimentos que a FNU e a CNU têm feito, nas articulações junto aos parlamentares em Brasília e no governo federal, inclusive com a entrega, em mãos, da Carta Aberta ao Presidente Lula: Para onde caminha o saneamento básico?, ao Ministro Chefe da Secretária-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo. Fábio Giori reforçou as ações que estão sendo tomadas visam garantir os direitos dos trabalhadores, a preservação dos empregos, e a garantia de melhores serviços à população.
A Mesa “Organização do Ramo Urbanitário” provocou grande emoção, com a participação dos ex-presidentes da FNU, José Eduardo de Campos Siqueira e Franklin Moreira Gonçalves, que foram grandes incentivadores e promotores para a construção da CNU, em projetos que remontam às décadas de 1980 e 1990.
Os dois ficaram muito emocionados com o convite para participarem do Congresso e deixaram os participantes comovidos ao lembrarem e relataram experiências e causos da luta dos urbanitários em tempos passados e todo o esforço feito para que se fosse constituída uma Confederação Nacional do ramo. Ambos também enfatizaram a necessidade de união e esforço coletivo para que sejam alcançadas e consolidadas vitórias na luta sindical.
Ainda durante o Congresso foi ratificado o Plano de Luta elaborado durante a realização do 11º ENU – Encontro Nacional dos Urbanitários, em abril de 2023, em Brasília.
Confira também:
Começou no Rio de Janeiro o Congresso da CNU
Álbum de fotos do 2º Congresso da CNU, acesse: https://drive.google.com/drive/folders/1CqpDP4TZ7qSISPiO8yC-ByQ8MlbmgIG4?usp=sharing
Paulo de Tarso, presidente da CNU, na abertura do 2º Congresso