Nosso ACT 2023 continua em dissídio coletivo e um dos motivos da proposta da gestão da Cemig ter sido rejeitada pela categoria foi a recusa dos gestores em negociar uma política de saúde e segurança a partir da escuta dos trabalhadores, que melhor sabem o que fazer para preservar suas vidas. Pois bem… e os acidentes vão acontecendo.
No último dia 02 houve mais um acidente de trabalho com trabalhadores a serviço da Cemig na região Oeste do estado. Dois ajudantes da empreiteira BSBlux, contratada da Cemig e com cinco meses de admissão se acidentaram no Vão da torre 93A e 94A.
De acordo com a descrição técnica do acidente, dada pela empreiteira, a Equipe de lançamento estava realizando uma travessia, com empacadora (suporte de madeira tipo jirau construído sobre uma Linha de Transmissão elétrica para que se possa lançar os cabos de uma nova linha de maior tensão sobre a primeira) sobre uma rede de 13,8 kV entre as estruturas 93A e 94A, da LD Arcos 1- Pedra do Indaiá 2, quando ocorreu uma indução em uma das fases. Os dois trabalhadores estavam segurando a fase induzida.
Um dos ajudantes teve queimadura no pé e outro desmaiou. Esse acidente poderia ter causado danos maiores aos trabalhadores. É inadmissível continuar com o projeto que conduz a gestão da estatal, que coloca trabalhadores e população em risco. Repensar a organização do trabalho na Cemig é urgente!
O Sindieletro, apesar da recusa da gestão da Cemig em dialogar sobre saúde e segurança, continua cobrando ações da empresa para defender a vida dos trabalhadores, próprios e de empreiteiras.
Tarefa não poderia ser feita em rede energizada
Na avaliação de muitos trabalhadores da Cemig, essa tarefa jamais poderia ser executada com rede energizada.
Algo que gera muita suspeita é a motivação da demora na divulgação do acidente por parte da Cemig.
O relatório tenta minimizar a gravidade do acidente. Um dos trabalhadores poderia ter sofrido uma parada cardíaca com o choque, tanto é que ele desmaiou e o outro teve queimadura no pé, onde possivelmente a descarga saiu.
Pelo fato desses trabalhadores sempre atuarem em locais ermos, longe dos olhos da sociedade e até mesmo dos demais trabalhadores da Cemig, as condições de trabalho e de fiscalização de segurança são muitas vezes ignoradas.
Fonte: Ascom Sindieletro-MG