Artigo: Lucas Tonaco*
_______________________
A Dinamarca é um país localizado na região norte da Europa, conhecida por sua península e arquipélago composto por cerca de 406 ilhas. Sua população é de aproximadamente 5,8 milhões de habitantes. O país é atravessado por diversos rios, sendo os principais o Gudenå, o Kongeå e o Vidå, além de possuir uma extensa costa banhada pelo Mar do Norte e pelo Mar Báltico.
A Dinamarca possui um sistema jurídico abrangente que regula a gestão e proteção dos recursos hídricos. A principal lei relacionada à água é a Lei de Água Dinamarquesa (Lei Dinamarquesa da Água), também conhecida como Lei nº 1462 de 2007. Essa lei estabelece os princípios e diretrizes para a proteção e uso sustentável dos recursos hídricos do país. Ela é composta por 89 parágrafos que abordam diferentes aspectos da gestão da água, incluindo a qualidade da água, a gestão de águas subterrâneas, o uso da água para abastecimento público e prevenção de inundações.As instituições responsáveis pela implementação e execução das políticas de gestão da água na Dinamarca incluem a Agência de Proteção Ambiental da Dinamarca e o Ministério do Meio Ambiente e Alimentação. Essas instituições desempenham um papel fundamental na coordenação e monitoramento das atividades relacionadas à água, garantindo o cumprimento das leis e regulamentos. Além disso, elas colaboram com órgãos locais, autoridades municipais e outras partes interessadas para promover a gestão sustentável dos recursos hídricos no país. Os dados específicos sobre verbas e número de funcionários podem ser obtidos em protocolo oficial e publicações oficiais dessas instituições.
O rio Gudenå é o maior rio da Dinamarca e possui grande importância hidrográfica e econômica para a região. Estende-se por cerca de 150 km, atravessando várias cidades e vilas ao longo do percurso. Sua bacia hidrográfica abrange uma área de aproximadamente 3.500 km², fornecendo recursos hídricos essenciais para atividades agrícolas, industriais e turísticas. Além disso, o rio é conhecido por sua biodiversidade, abrigando diversas espécies de peixes e aves aquáticas. O turismo também é impulsionado pelas atividades recreativas oferecidas pelo rio, como pesca, canoagem e passeios de barco.Comunidades ribeirinhas têm se beneficiado da riqueza do rio em termos de pesca, agricultura e comércio, que moldaram suas tradições e modos de vida ao longo do tempo. Além disso, o rio Gudenå é valorizado como um local de lazer e turismo, atraindo visitantes de todo o país e do exterior para apreciar sua beleza natural e participar de atividades recreativas. Apesar de sua importância, o rio Gudenå experimentou desafios ao longo dos anos, incluindo conflitos relacionados à gestão da água e ao equilíbrio entre diferentes interesses ecológicos e ecológicos. Conflitos envolvendo o combustível das águas, disputas sobre direitos de pesca e necessidade de gerenciar as inundações são alguns dos problemas que têm sido discutidos por meio de políticas públicas e esforços de cooperação entre as partes interessadas. Estudos acadêmicos e relatórios aprovados fornecem insights sobre os desafios enfrentados pelo rio Gudenå e as iniciativas em andamento para proteger e preservar esse importante recurso hídrico para as gerações futuras. O abastecimento de água na Dinamarca é gerido principalmente por empresas de abastecimento público, conhecidas como “forsyningsselskaber”. Essas empresas são responsáveis por fornecer água potável e gerenciar o saneamento básico em suas respectivas áreas de atuação. De acordo com um relatório da Danish Water and Wastewater Association, existem mais de 1.000 empresas de abastecimento de água e esgoto em toda a Dinamarca. Essas empresas são propriedade de municípios, regiões ou outras entidades públicas, e algumas delas também têm participação privada.Os conflitos relacionados ao abastecimento de água na Dinamarca têm sido frequentes. Um dos principais desafios tem sido o equilíbrio entre a garantia do acesso à água potável para a preservação e preservação dos recursos hídricos. Conflitos sobre a privatização do setor de água também foram debatidos ao longo dos anos, com argumentos a favor da eficiência e melhor gestão versus preocupações com o acesso equitativo e a proteção ambiental. Além disso, questões de qualidade da água e infraestrutura de tratamento têm sido discutidas. No entanto, o país tem buscado aprimorar sua política de abastecimento de água e saneamento, adotando medidas para garantir a sustentabilidade e a qualidade dos serviços prestados pelas empresas de abastecimento de água.
As mudanças climáticas afetaram a questão da água na Dinamarca de várias maneiras. Um dos fenômenos mais evidentes é o aumento das temperaturas médias e consequente redução do volume de gelo e neve nas regiões polares, incluindo a Groenlândia, que faz parte do território dinamarquês. Isso levou ao aumento do derretimento do gelo, provocou o aumento do nível do mar e potencialmente ameaçando áreas costeiras baixas da Dinamarca, como Copenhague e outras ilhas e regiões costeiras.A intensificação das chuvas e eventos climáticos extremos, como tempestades e inundações, também afetaram a questão da água na Dinamarca. A elevação do nível do mar e as inundações costeiras podem comprometer a segurança de infraestruturas e cidades localizadas em regiões baixas e fracas. Esses fenômenos climáticos extremos têm sistemas impactados de abastecimento de água, saneamento e drenagem, aumentando a pressão sobre as estruturas existentes e mantendo medidas de adaptação para garantir o fornecimento seguro e sustentável de água para a população.As projeções futuras indicam que as mudanças climáticas continuarão afetando a disponibilidade e distribuição da água na Dinamarca. Estudos do Danish Climate Center prevêem um aumento na frequência e intensidade de eventos de chuvas intensas e inundações, especialmente nas áreas costeiras e baixas. Isso pode levar a um maior risco de inundação e danos às infraestruturas de água e esgoto. Além disso, a economia de água doce pode se tornar um desafio em algumas regiões, devido às mudanças nos padrões de captação e ao aumento da evaporação. Para enfrentar esses desafios, a Dinamarca está investindo em pesquisas e estratégias de adaptação climática, bem como no aprimoramento de infraestruturas e sistemas de gerenciamento de recursos hídricos para garantir a resiliência do país diante das mudanças climáticas.
Água e inteligência na Dinamarca
O sistema de inteligência e segurança nacional da Dinamarca é composto pela Agência de Segurança da Dinamarca (PET), que é responsável pela coleta e análise de informações de inteligência para proteção do país contra ameaças internas e externas. O sistema é regulamentado principalmente pela Lei de Inteligência Dinamarquesa e outras leis relacionadas à segurança nacional.Em termos de inteligência para as mudanças climáticas e questões relacionadas à água, a Dinamarca está se preparando para enfrentar os desafios futuros. O governo dinamarquês tem se empenhado em desenvolver planos de ação para lidar com os efeitos das mudanças climáticas, incluindo medidas para proteger a água e garantir sua disponibilidade sustentável. O Plano Nacional de Adaptação da Dinamarca é um exemplo de iniciativa governamental que busca identificar os riscos climáticos e estabelecer metas e estratégias de adaptação até 2025. Além disso, o orçamento do governo dinamarquês tem recursos destinados a investimentos em infraestruturas resilientes e projetos de pesquisa e inovação para o monitoramento e gestão sustentável dos recursos hídricos (Ministério das Finanças Dinamarquês, 2021; Governo Dinamarquês, 2022).
* Lucas Tonaco – secretário de Comunicação da FNU, dirigente do Sindágua-MG, acadêmico em Antropologia Social e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Confira todos os artigos sobre o tema “Água, Estado e Inteligência” em vários países:
. A questão da água: inteligência, instituições, hidrografia e conflitos
