A água está no centro de uma grande disputa mundial. Grandes grupos empresariais orquestram um plano de privatização completa deste recurso. O Brasil possui em seu território uma das maiores reservas do planeta, com cerca de 12% de toda água doce disponível. E as empresas internacionais querem se tornar donas deste bem natural.
Com a crise do capitalismo e o golpe, que colocou o ilegítimo Michel Temer no comando do país, a agenda da privatização da água vem se acelerando dia após dia. O governo está abrindo as portas para entregar esse recurso natural ao capital.
Nos próximos dias, Brasília será palco de dois grandes eventos para tratar do tema, porém, com objetivos totalmente contrários. De um lado, as empresas transnacionais, fundos de investimentos, paraísos fiscais e bancos que veem na água um grande negócio, promovem o Fórum Mundial da Água, também conhecido como Fórum das Transnacionais. Entre os patrocinadores do evento estão a Nestlé, Ambev, o governo do estado de São Paulo (PSDB), além do governo de Temer.
A privatização só prejudica a população
Do outro lado, estão os povos de várias partes do mundo, do campo e cidade, que lutam contra qualquer forma de privatização da água. Os trabalhadores e trabalhadoras promoverão o FAMA – Fórum Alternativo Mundial da Água, que possui como mensagem principal “água é um direito, não mercadoria”. A luta é em defesa da água e contra o estabelecimento da propriedade privada sobre este bem natural. A privatização só prejudica a população. Centenas de cidades estão se vendo obrigadas a reestatizar seus serviços de saneamento, em função do caos deixado pelas empresas privadas.
No entanto, o plano não se restringe ao saneamento. A ideia é estabelecer um grande mercado mundial de água. Ou seja, as transnacionais pretendem se apropriar dos rios, nascentes, barragens, aquíferos e serviços públicos para gerar lucro e acumulação de riqueza ao capital.
O objetivo das empresas transnacionais é tornar a água uma mercadoria, impondo preços altíssimos ao povo para gerar muito lucro. Paralelamente a esse movimento, a população se verá sem esse direito fundamental à sobrevivência.
A água não pode ter dono
A água não pode ter dono. A água deve ser controlada pelo povo e estar à serviço do povo. Não devemos admitir nenhuma forma de privatização. E é por este objetivo que devemos lutar juntos. Missão que só os lutadores e lutadoras do povo podem realizar.
fonte: Editorial da edição especial do jornal Brasil de Fato – Leia a edição completa: TABLOIDE FAMA FINAL (1)
O Fórum Alternativo Mundial da Água – FAMA 2018 – começa em poucos dias. Ele será realizado em Brasília, entre os dias 17 e 22 de março.
A iniciativa questiona a legitimidade do ‘Fórum das Corporações” – autodenominado 8º Fórum Mundial da Água – como espaço político para promoção da discussão sobre os problemas relacionados ao tema em escala global, envolvendo governos e sociedade civil. Dizemos NÃO ao Fórum Mundial da Água, apontando a falta de independência, representatividade e legitimidade do conselho organizador, por estar comprometido com empresas que têm como objetivo a mercantilização da água.
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PARTICIPE DO FAMA2018!
A Federação Nacional dos Urbanitários – FNU -, que apoia e integra a coordenação nacional do FAMA 2018, subscreve o Manifesto do Fórum Alternativo Mundial da Água por entender que “água deve estar a serviço dos povos de forma soberana, com distribuição da riqueza e sob controle social legítimo, popular, democrático, comunitário, isento de conflitos de interesses econômicos, garantindo assim justiça e paz para a humanidade”.
Água é um direito, não mercadoria!