Quando o pré-sal foi anunciado há alguns anos, os benefícios imediatos indicavam a sustentabilidade do País não apenas para sua extraordinária demanda de combustíveis, mas grande parte do investimento seria revertido para as áreas educacional e da saúde.

Infelizmente, um governo posterior nascido do baixo clero enveredou na venda de refinarias e de distribuidoras, mudando a prioridade do investimento social para bolsos privados.

Ungido pelo desgovernante que tivemos recentemente no País, o eleito governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, está comparando a venda de todo o patrimônio de empresas estatais de serviços de saneamento como mais vantajosos, qualificando a expectativa como o “pré-sal do saneamento”.

O governante de São Paulo declarou, no último dia 24, que “ só o contrato da Sabesp, agora, é R$ 260 bilhões”. Informa que o programa de parceira público-privada de São Paulo “saltou de R$ 220 bilhões para R$ 500 bilhões desde o seu lançamento”. Completa ainda fazendo um diagnóstico: “a gente vê o poder do marco do saneamento em termos de transformação e geração de investimento. Eu diria que o saneamento é o nosso novo pré-sal, pela capacidade de gerar investimentos no Brasil inteiro”.

Tarcísio indica ainda sua intenção de reduzir impactos tributários para as empresas investirem no saneamento, situação que promete catapultar ainda mais o lucro das empresas privadas que tomam os serviços do Estado. Pagando menos tributos e com capacidade de buscarem dinheiros em bancos para investirem em serviço que vive de tarifas públicas, as empresas privadas que ingressam no setor caminham para um enriquecimento estratosférico.

A Equatorial Energia levantou R$ 2,41 bilhões para financiar a compra da Sabesp, mesmo após sua privatização.
Para pagar ao governo de São Paulo pela entrega do empresa de saneamento, a Equatorial conseguiu empréstimo ponte em quatro bancos com prazo de 18 meses.

Segundo informações veiculadas nos meios de comunicação, a Equatorial teve um aumento de capital aprovado pelo conselho de administração em agosto, saltando de R$ 9,93 bilhões para R$ 12,34 bilhões em caixa. Argumentando como aceleração do processo de alavancagem, a empresa vendeu em julho uma subsidiária Equatorial Transmissora 7 SPE de transmissão, no Pará, por cerca de R$ 1,19 bilhão, para uma gestora de fundos do Canadá.

Tanto o saneamento quanto a energia, que sempre foram entendidos como setores e serviços estratégicos no País estão sendo vendidos para a exploração estrangeira, que entra no País com facilidades de governos que têm compromisso com o mercado, longe dos interesses da sociedade por serviços públicos de qualidade de forma universalizada.

Fonte: Ascom Sindágua-MG