Igual ao disjuntor que explodiu em Belém, existem muitos outros defeituosos nas bases da Eletronorte

O Sindicato dos Urbanitários do Pará recebeu denúncia acerca do grave acidente do sábado, 30, com o trabalhador da Eletronorte que teve de 40 a 42% de corpo queimado, está com baixa função renal e teve fraturas no rosto (nariz e maxilar) e se encontra na UTI de um hospital, vítima da explosão de um disjuntor em Belém.
Ocorre que o disjuntor que explodiu foi adquirido pela Eletronorte num pacote de equipamentos de automação e eletrificação vendido pela ABB (Asea Brown Boveri), empresa multinacional com sede em Zurique, Suíça. O pacote comprado pela Eletronorte dispõe de disjuntores, contatores, chaves seccionadoras, etc.
Esse disjuntor vinha apresentando defeito, segundo relatos chegados à entidade sindical, o problema havia sido apontado em um relatório. Esse grave acidente foi uma tragédia anunciada, mas negligenciada pela empresa, que atua na base da ganância e da desumanidade.
O equipamento apresentou defeito, não estava funcionando com toda a eficácia necessária. O setor operacional apontou a discordância de fase, a manutenção foi acionada para fazer o teste e ocorreu a explosão.
As denúncias dão conta de que existem muitos outros disjuntores na mesma situação, equipamentos comprados num pacote da ABB e que se encontram espalhados por todas as bases da Eletronorte, colocando em risco a vida dos trabalhadores.
“Precisamos que a empresa se responsabilize e tome providências para frear a situação de perigo às vidas dos eletricitários que heroicamente atuam para manter o sistema em funcionamento, sem as mínimas condições de trabalho”, reivindica o presidente do Sindicato dos Urbanitários do Pará, Pedro Blois.
“Esse acidente é resultado de uma série de vilanias, atos letais, política destrutiva da empresa, sobretudo do setor técnico de operação e manutenção que somam ainda demissões em massa, contratação de pessoal sem experiência, treinamentos virtuais, corte de técnicos experientes, sucateamento e precarização da empresa, desmonte da área (equipe) de segurança do trabalho, desvalorização da memória técnica, desconexão entre centros de operação e o trabalho de campo”.
Exigimos:
1. INVESTIGAÇÃO
Abertura imediata de uma investigação técnica rigorosa para identificar as causas do acidente e possíveis falhas no equipamento ou no procedimento operacional.
2. EVITAR MAIS ACIDENTES
Adoção de medidas urgentes de segurança nos locais de trabalho para evitar a repetição de incidentes semelhantes em outras instalações.
3. APOIO ÀS VÍTIMAS
Apoio integral ao trabalhador e à sua família, tanto em termos de assistência médica de qualidade quanto de suporte financeiro e psicológico.

Fonte: Ascom Stiupa